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FELICIDADE - UMA HISTORIA

Mais informações
Autor:
Mcmahon, Darrin M. (veja mais livros deste autor)
Editora:
GLOBO(veja mais livros desta editora)

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Sinopse

A partir dos grandes livros da civilização ocidental, Darrin McMahon empreendeu um imenso estudo de história intelectual e de história das emoções, utilizando os recursos não só da historiografia como também da crítica literária, para dar conta de um impressionante acervo de fontes que incluem a filosofia, a poesia, a mitologia, a teologia, a música, a arquitetura, chegando até depoimentos de pessoas comuns. Seu objetivo: dar conta das concepções sobre a felicidade através de quase três mil anos da história da cultura ocidental.O que é a felicidade? É possível alcançá-la? Como agir para isso? Tais indagações marcam o nascimento da própria filosofia, que pode ser definida como o estudo da felicidade e, portanto, caberia a todos filosofar para entender o que é essa meta cujo sentido parece ser tão consensual e, ao mesmo tempo, tão difícil de definir.Na época da tragédia grega, a felicidade estava sempre fora do controle dos seres humanos. Só os deuses eram bem-aventurados e, como proferiu Homero, os homens, de todas as criaturas que se arrastam pela terra, são as mais tristes. Heródoto, considerado o pai da história, começa sua narrativa das guerras entre gregos e persas com as peripécias vividas pelo rei Creso, da Lídia, que se considerava o mais feliz dos homens na terra, e que foi advertido por Sólon de que ninguém pode se considerar feliz enquanto respirar.Hoje em dia, ao contrário, ser feliz é considerado um direito humano natural. E uma das mais características pressuposições da época moderna é que cabe a cada um de nós encontrá-la, por meio de nossas ações. Este livro expõe a história de como os ocidentais passaram a adotar essa crença.Na primeira parte, McMahon relata como um conceito clássico e cristão transformou-se em meta terrena e, na segunda metade, discute as ambigüidades dessa descida a terra de um ideal que antes estava apenas no Olimpo grego ou no Paraíso cristão.Cada uma das partes da obra divide-se em quatro densos capítulos que explicam, num estilo claro e didático, como a felicidade passa a ser considerada como o bem supremo entre os gregos antigos. Aristóteles identifica na eudaimonia (felicidade) o objetivo natural da vida humana, mas restringe-a aos que possuem a razão, não sendo partilhada, portanto, por mulheres, nem crianças e nem escravos. Com os epicuristas e estóicos a felicidade será compreendida como uma proporção entre os desejos satisfeitos em relação a todos os desejos. Conhecer e regulamentar o desejo, torna-se assim, o método necessário para ser feliz. Mas permanece como uma grande conquista em relação à época trágica anterior, em que a felicidade residia no acaso da sorte e do destino, a idéia de alcançar esse fim com a própria vontade.O cristianismo, ao contrário, relegou a felicidade perfeita apenas ao pós-morte, no Paraíso. O sofrimento é visto então como nossa condição natural, resultado da expulsão do Éden original. O Renascimento retoma a noção de uma felicidade possível condicionada à forma como agimos. O prazer retoma um lugar ao sol, os sorrisos passam a ser retratados nas pinturas e a medicina passa a considerar a melancolia como uma doença a ser curada. A Reforma luterana também surge como uma exaltação à alegria como afirmação da graça divina. Lutero declara que toda tristeza vem de Satã e recusa as formas de autoflagelação dos católicos tais como os jejuns, a castidade sacerdotal, os êxtases dolorosos e os instrumentos de mortificação da carne e da renúncia ascética heróica.Na época moderna, a felicidade passa a ser vista cada vez mais como uma roda-viva hedonista, uma busca insaciável de cada vez mais desejos, em que a inquietação desejante torna-se uma busca incansável e permanente. Os iluministas dividem-se em várias tendências que vão desde os hedonistas que acreditam na satisfação do máximo de prazeres, até os utilitaristas que buscam índices de cálculo da felicidade baseados no saldo entre as dores e os prazeres. Mas foi com as revoluções francesa e norte-americana que o direito à felicidade entrou na pauta dos programas políticos e foi inscrita nos textos fundadores dos Estados contemporâneos como um direito inalienável.Outros, como Rousseau e os românticos, criticaram a civilização moderna e seu pressuposto de felicidade como resultado das aquisições materiais a partir da idéia de que, dessa forma, nos tornamos escravos dos desejos e que a insaciabilidade marca a voragem de novas necessidades e de luxos desconhecidos que governa o anseio humano pelo progresso. E, como lembrava Kant, fazer um homem feliz é bem diferente de fazê-lo um homem bom. Os românticos, enamorados do sofrimento, declaravam, como Chateaubriand, que só descubro quem eu sou quando estou infeliz, mas os liberais, socialistas utópicos e marxistas consideravam que só a transformação política da sociedade poderia trazer o sonho da felicidade para o maior número possível de pessoas, acreditando, como John Stuart Mill e Karl Marx, que só são felizes os que se dedicam a algo diverso de sua felicidade pessoal. Os pensadores do século XIX, como Hegel, Schopenhauer, Nietzsche, Freud e Max Weber são também tratados, assim como Darwin e a teoria evolucionista, de modo a evidenciar como a tensão entre a sociedade e os desejos individuais marcam todas as definições da felicidade e dos seus caminhos. A conclusão traz ainda questões sobre o uso de drogas psicoativas como um método químico de obtenção da felicidade e de pesquisas sociológicas contemporâneas sobre diferenças entre a avaliação subjetiva do bem-estar, inclusive entre pólos opostos, como, por exemplo, ganhadores de loteria ou ex-prisioneiros de campos de concentração, para mostrar como a compulsão em ser feliz também criou demandas pelo direito de ser infeliz. De um mundo em que a única felicidade estava em Deus passamos para uma época em que a felicidade tornou-se o nosso deus.

Ficha técnica

Código de barras:
9788525042873
Dimensões:
23.00cm x 16.00cm x 0.00cm
Edição:
1
Marca:
GLOBO
ISBN:
8525042870
ISBN13:
9788525042873
Número de páginas:
560
Ano de publicação:
2007

Sobre os autores

  • Nome do Autor MCMAHON, DARRIN M.